O Pantanal é um destino perfeito para quem ama ecoturismo. Há muitas atrações turísticas, mas sem dúvida o melhor de tudo é poder ver animais selvagens, como a onça pintada. Ainda não realizamos este sonho de viagem, mas nossos amigos Rogério e Ana fizeram uma viagem linda pra lá. Fiquei super feliz quando o Rogério (siga no Instagram: @rogeriosiqueira10) aceitou compartilhar a experiência e as fotos maravilhosas com nossos leitores! E aí, vamos passear pelo Pantanal?
Roteiro de 4 dias no Pantanal, Mato Grosso
"Sempre foi um sonho ver de perto e fotografar o maior felino das Américas,
a onça pintada. Antes de embarcar nessa aventura, é preciso saber que,
no pantanal, as estações são bem definidas, com um período de chuvas que
vai de novembro a março e a época de seca, entre abril e outubro. O melhor
período para observar os animais é na seca, quando os bichos vão para perto dos
rios em busca de água. Com isso, a maior facilidade em ver a onça.
Porém, sempre tive um problema. Eu saio em férias no começo
do ano, bem no auge das cheias do pantanal. Mas, consegui dois dias de folga no
segundo semestre. Então, surgiu a oportunidade de fazer um bate-volta no
pantanal para fotografar a natureza. Seria uma viagem rápida, de quinta-feira a
domingo. Teria que ser muito bem planejada. E foi...
Dia 1
No meio de setembro, uma quinta-feira, pegamos o primeiro
voo para Cuiabá. Com o fuso horário ganhamos uma hora, chegando na
capital mato-grossense às 8h da manhã. Alugamos um carro e seguimos por 100
quilômetros até Poconé, cidade onde fica o início da transpantaneira. Na
transpantaneira há vários hotéis e pousadas para quem quiser se hospedar. Mas,
optamos pelo hotel do Sesc Porto Cercado, que fica em outra direção, a 38
quilômetros da cidade.
O check-in no hotel estava previsto para 14 horas e chegamos
muito cedo. Decidimos, então, dirigir um pouquinho na transpantaneira, para
conhecer parte da estrada que iríamos encarar no dia seguinte. Andamos 15
quilômetros até o portal do pantanal e tiramos algumas fotos. O calor era muito
forte, quase 40 graus por volta de meio dia.
Portal do Pantanal |
O almoço foi na cidade de Poconé. Foi aí que comi a famosa farofa de banana.
Uma delícia da culinária mato-grossense. E seguimos para o hotel do Sesc.
Como a ideia era não perder tempo, assim que chegamos no
Sesc agendamos um passeio fluvial pelo Rio Cuiabá, até o corixo do Moquém. Os
corixos são pequenos canais que se formam durante as cheias e fazem a ligação
dos rios maiores com as lagoas.
O piloto do barco também é um guia, que ajuda na
identificação dos animais e da flora que a gente encontrava pelo caminho.
Confira outras opções de hospedagem em Poconé
O horário do passeio é bem estratégico, porque a gente ganha de presente o pôr
do sol no final dessa aventura.
Dia 2
Como a proposta era aproveitar muito bem o tempo, agendamos para o dia
seguinte um passeio fluvial chamado alvorecer. O barco sai antes do sol nascer.
O objetivo era parar em um lugar estratégico no rio Cuiabá para ver o sol
aparecer. Por causa das queimadas na região, havia bastante fumaça no
horizonte, o que provocou um efeito bem diferente e bonito.
Na volta para o hotel, ainda pudemos ver mais alguns animais
nas margens do rio.
Iguana |
Borboletário |
Sesc - Porto Cercado |
Deixamos o hotel por volta de meio-dia e partimos para a
transpantaneira rumo ao coração do pantanal mato-grossense. O percurso de 140
quilômetros nos levaria até o final da estrada, onde fica o hotel Pantanal
Norte. A viagem, segundo os moradores da região, pode ser feita em duas horas e
meia. Mas, como a gente estava a passeio, o trajeto foi feito em seis horas.
Paramos logo no começo em uma das pontes. As margens da estrada estavam
alagadas e conseguimos ver muitos jacarés, gaviões a outras aves.
Transpantaneira |
Transpantaneira |
Durante o percurso, o motorista precisa ficar atento porque, a qualquer
momento, algum bicho invade ou atravessa a pista. Uma ema surgiu do meio do
mato e foi um grande susto. Conseguimos ver ainda uma cobra cruzando a estrada.
A cada paisagem diferente a gente parava o carro para
fotografar. Um ninho de tuiuiú, com a mãe e dois filhotes chamou nossa atenção.
Ninho Tuiuiu |
Também encontramos um ninho enorme de ararinhas, que parecia
até um condomínio.
Ninho Ararinhas |
Já estava escuro quando chegamos no hotel. No dia seguinte,
a gente ia sair bem cedo em busca do principal objetivo da aventura: encontrar
a onça pintada.
DIA 3
O café da manhã é bem cedo, das 5h às 7h. Isso porque a
maioria dos hóspedes é formada por gente que quer pescar ou observar a
natureza. E, para isso, é preciso acordar antes do sol nascer. O curioso é que
os brasileiros eram os pescadores. Os estrangeiros eram fotógrafos de natureza.
Só a gente contrariava essa regra, porque nosso objetivo era conhecer a
natureza e ver, pelo menos, uma onça pintada.
O nosso barco saiu às seis da matina. Com o nosso piloto e
guia Edson, subimos pelo rio São Lourenço em direção ao parque estadual
Encontro das Águas, local que, segundo os moradores da região, tem a maior
concentração de onças pintadas do mundo. O objetivo do nosso passeio era ver a
onça, mas também outros animais. E logo conseguimos observar algumas ariranhas.
Elas não são atacadas pelas onças porque andam em bando e umas defendem as
outras em caso de ataque.
Ariranha |
Os barcos são equipados com rádio de comunicação. Assim
quando um piloto encontra uma onça, ele avisa os outros e, rapidamente, todos conseguem
chegar ao local. Então, depois de três horas, conseguimos ver a nossa primeira
onça. Ela estava dormindo perto do rio. E ficou deitada por várias horas. Tiramos algumas fotos. E ficamos alguns minutos contemplando
a beleza desse animal na natureza. Todas as lentes voltadas para ela que,
naquele momento, era a estrela do lugar.
Fotógrafos e turistas |
Decidimos sair e procurar outros animais. Nosso guia seguiu
para outros pontos. Decidimos não voltar para o almoço e ficar o dia todo no
barco. Para isso, levamos alguns lanches, preparados pelo pessoal do hotel. O
barco também tinha água. Todas as embarcações são equipadas com cobertura
retrátil, mas não foi necessária, uma vez que o dia estava nublado. Mas, foi importante
usar camisa de manga comprida, repelente, protetor solar e óculos escuros.
No começo da tarde veio outro aviso. Uma outra onça estava
dormindo em uma árvore. Fomos até lá. Mas, ao chegar no local, notamos que
alguns passageiros de outros barcos desceram na outra margem. Esse procedimento
é proibido e alguns guias até ficaram revoltados com essas pessoas. Mas, já era
tarde. A onça, percebendo a movimentação, ficou assustada, desceu da árvore e
entrou na mata. Nossa frustração só não foi completa porque conseguimos vê-la
em outro ponto, uns cem metros depois, quando ela passou perto da margem e
conseguimos fazer o registro.
Onça Pintada |
Com duas onças fotografadas, a missão já estava cumprida.
Mas, continuamos nosso passeio, olhando as margens do rio a procura de outros
animais. A variedade de aves é imensa e contribuiu para os nossos registros.
Martin Pescador |
E bem no final do dia, o rádio avisou de mais um felino.
Fomos a toda velocidade até o ponto exato. Ela já tinha entrado no mato.
Ficamos alguns minutos esperando e, para nossa sorte, ela voltou. Parece que
veio ali só para fazer pose.
Onça Pintada |
A onça passou bem calma na nossa frente, parecia estar
desfilando para mostrar sua força e beleza. Deitou em um canto, se deixou
fotografar. Ficou ao alcance dos nossos olhos cerca de 10 minutos. E foi embora
entre as árvores. A nossa alegria era imensa. Três onças em um único dia. O
Edson esnobou, disse que foi um dia fraco, mas para nós foi mais que
suficiente, foi perfeito.
Onça Pintada |
DIA 4
O dia da volta. Acordamos cedinho e, depois do café da manhã
aproveitamos para andar pelas dependências do hotel e fazer boas fotos do lago
com vitórias-régias.
Vitórias-régias |
Também vimos de perto muitas araras azuis.
Deixamos o hotel às dez da manhã. Com tranquilidade, fizemos
mais algumas paradas na transpantaneira. São 120 pontes, só 30 de concreto. A
grande maioria é construída em madeira.
Transpantaneira |
Chegamos em Cuiabá a tempo de pegar nosso voo às sete da
noite. Foi uma aventura rápida, recompensada pelas imagens inesquecíveis.
Dicas
- Planeje com antecedência para garantir sua vaga. O pantanal
de Mato Grosso é um destino muito procurado por pescadores e estrangeiros na
época de seca.
- Leve muita água na bagagem. Nessa época do ano, as
temperaturas passam dos 40 graus.
- Não esqueça do protetor solar e do repelente. Camisas de
manga longa também ajudam a proteger do sol nos passeios de barco. Óculos de
sol também são essenciais.
- Não esqueça da máquina fotográfica, com baterias extras e
muitos cartões de memória"
***Meu muito obrigada pelo relato, Rogério!***
O Rogério tem um trabalho muito bacana de observação de aves. Para saber mais, acompanhe:
- Site - Brazil Birding
Crianças
O Hotel Sesc Porto Cercado aceita crianças: até 4 anos elas não pagam e há tarifas especiais para crianças de 4 a 12 anos. Não é preciso ser comerciário para se hospedar, mas associados têm
descontos nas tarifas. Mais informações no site do Sesc Porto Cercado.
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* Uma outra opção de viagem ao Pantanal, é no Mato Grosso do Sul, conjugando com Bonito. A Fran do Viagens que Sonhamos fez essa viagem com a família e conta aqui neste post.
* Uma outra opção de viagem ao Pantanal, é no Mato Grosso do Sul, conjugando com Bonito. A Fran do Viagens que Sonhamos fez essa viagem com a família e conta aqui neste post.
Fiz de Porto Alegre até Bonito de carro. Foi uma viagem incrível, a paisagem é formidável. Lendo teu post, relembrei das belezas do Mato Grosso. Adorei. Beijos
ResponderExcluirE eu ainda preciso conhecer as belezas do Mato Grosso!
ExcluirQue viagem incrível ! Está na minha lista de desejos ! Eu sou muito medrosa e não sei se quero ver onça pintada assim tão perto mas gostaria de fazer esse passeio. beijocas
ResponderExcluirOi, Lilian, também está na minha lista de desejos!
ExcluirQue legal saber que é possível fazer em poucos dias. Acho sempre o máximo estes passeios de encontro com a natureza e adorei as dicas. Lindas fotos e ficas precisas. Muito bom.
ResponderExcluirEu também me animei com essa possibilidade, viu, Tati?
ExcluirUau! Que aventura. Só pelo título fiquei interessada. hahah! Amei essa viagem sua. E essas fotos? Fabulosas! Meus parabéns!
ResponderExcluirKeul, não foi uma viagem minha! O relato é de um amigo meu. As fotos ficaram demais, né?
ExcluirLili, adoro suas viagens e seus posts (acho que já disse isso, né?). Pantanal nunca tinha passado pela minha cabeça e agora fiquei louca de vontade!!! :)
ResponderExcluirObrigada!!!! Eu também estou louca pra conhecer o Pantanal e o relato do meu amigo só atiçou a vontade!
ExcluirMiga vc é toda JUMANJI né? rs Eu acho lindo ler e saber pelos outros, mas nao sei se é o tipo de passeio que eu curto nao. Enquanto nao sei, continuarei lendo todos seus posts e viajo com vc! Beijos
ResponderExcluirMel, então... eu imagino que eu vá curtir bastante quando eu conhecer o Pantanal também.
ExcluirEu me devo essa viagem e esse seu post com essas fotos lindíssimas só aguçaram mais a vontade. Obrigada por compartilhar.
ResponderExcluirO passeio para ver a onça pintada saiu do hotel Sesc ou vocês contrataram agencia fora do hotel?valores?4 dias e 3 noites são suficiente para os principais passeios?
ResponderExcluirOlá, Flávia, acho que você já conversou com o Rogério (que escreveu o post) né? Mas o barco sai aproximadamente 1700 para 4 pessoas. Abraços!!
ResponderExcluirobrigada!!
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