"Os homens se dividem em duas espécies: os
que têm medo de viajar de avião e os que fingem que
não têm". Esta frase é atribuída a Fernando Sabino, e muita
gente se identifica com ela. Mas infelizmente, esse medo acaba impedindo muitas pessoas de fazerem a viagem dos sonhos, ou causando tanto stress que a diversão fica comprometida!
Uma vez, depois de anos sem sair do Brasil, estávamos
embarcados em um voo da American Airlines, quando o comandante anunciou que
nosso voo seria atrasado porque uma família não pôde embarcar, já que um deles
estava em pânico e se recusava a entrar no avião. O fato não foi narrado sem um
certo humor, mas fiquei pensando no quanto teria sido triste para aquele grupo,
ter preparado uma viagem e ter que desistir na última hora. Um monte de
coisas me passou pela cabeça e até fiquei com medinho de voar naquele dia. Mas
à medida que tudo correu bem no voo, meu medo foi cedendo espaço ao prazer
de viajar.
Para algumas pessoas, o medo chega a ser fobia. Aí, um monte
de perigos, que nem existem realmente, podem servir de argumento para elas não
viajarem. Alguns casos são mais sérios e requerem até tratamentos, como a
psicoterapia.
Mas como eu sonho com um mundo em que nada impeça as pessoas
de viajarem (rsrsrs), pensei, então, em escrever sobre este medo que separa
algumas pessoas do sonho de conhecer lugares diferentes.
Assim, eu fui pedir ajuda para minha amiga Ana Kley, do
blog Pensando Bem. A
Ana é psicóloga, especializada em Terapia Cognitiva, e escreveu algumas dicas
para quem tem medo de voar:
Em primeiro lugar, é importante esclarecer que não é o
avião ou o vôo em si que causam este medo, mas o que se pensa a respeito deles.
Se fosse a situação, todo os passageiros sentiriam a mesma coisa e na mesma
intensidade (mais ou menos como o frio na barriga que as pessoas sentem em
algumas partes das montanhas russas), mas o fato é que existe todo tipo de
reação dentro de uma cabine de avião: desde aqueles que tremem e suam frio até
aqueles que dormem como bebês (sem remédios).
E quais seriam estes pensamentos? Lá vão alguns exemplos:
"E se o avião cair?"
"E se eu não tiver ar suficiente?", "E se eu
não conseguir respirar?"
Quando eles aparecem, temos a impressão de que estes
acontecimentos (o avião cair ou não ter ar suficiente na cabine) são
altamente prováveis, quase certos.
Questionar essas aparentes certezas é um dos caminhos que
nos ajudam a enfraquecer estes pensamentos e a voar com mais tranquilidade.
Você sabe quantos aviões pousam e decolam em Congonhas (SP) por dia?
Aproximadamente 600. Levando este número em consideração, temos 18.000 vôos só
neste aeroporto por mês. E quantos aviões caíram saindo deste aeroporto no
último ano? Nenhum. O avião só perde em segurança para o elevador.
Até porque os processos que mantém o avião voando, mesmo em
caso de turbulência, já são conhecidos, estudados e aprimorados há muito anos
(os primeiros vôos comerciais nos Estados Unidos datam de 1920) e as pessoas
que os pilotam tem muita experiência nisso.
Em relação ao oxigênio, há um sistema que
provê todo o ar necessário para os passageiros, prova disso é que nunca se
ouviu falar de alguém que tenha morrido por falta de ar numa cabine. O que pode
ser diferente no avião é a sensação que se tem ao respirar, que é muito
parecida com a que ocorre em ambientes com ar condicionado ou, ainda mais, no
caso das saunas (o ar está quente, não escasso).
Além de refletir sobre a veracidade destas ideias, podemos
questionar nossa necessidadede sempre ter certeza e, também, fazer exercícios de relaxamento no
avião. Podemos, ainda, visualizar nossa chegada ao aeroporto de destino, como
seremos recebidos, o que faremos em seguida. Essa técnica ajuda a projetar um
pensamento (em forma de imagem) mais realista, o que nos deixa mais tranquilos.
Neste post, meu intuito foi expor algumas das maneiras de
lidar com o medo de avião e mostrar que há luz no final do túnel para
aquelas pessoas que sofrem com isso. O tratamento clínico inclui estas
técnicas, e outras mais. Não permita que este medo paralise sua vida e
limite seu mundo, ainda mais quando há tratamento para isso.
Boas futuras viagens!"
Meu muito obrigada pelas dicas, Ana!
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Imagens desse post: Pixabay
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