Usando o pseudônimo de Isak Dinesen, a aristocrata dinamarquesa nos conta sobre aquela África intocada, de quando ainda havia animais de sobra e leões eram vistos como problema, chegando a ser abatidos quando atacavam o gados das fazendas.
Neste post, vou contar um pouco sobre esse livro e o motivo que me levou a lê-lo.
A Fazenda Africana
Como parte de minha preparação para viagens, gosto de ler
livros que falem sobre o destino. E
confesso que prefiro ficção. Melhor ainda se misturar um pouquinho com a
história. Como não encontrei nenhum livro sobre a África do Sul, acabei lendo A
Fazenda Africana, cuja história se passa no Quênia. Me lembrei que há
muuuuitos anos, li um editorial de moda inspirada na África e no final tinha
uma seção “pra entrar no clima” que indicava este livro.
Já na primeira página do livro eu me encantei pela narrativa
e fui criando altas expectativas em relação ao continente que eu iria visitar
pela primeira vez:
“A situação geográfica
e a altitude combinavam-se para criar uma paisagem que não tinha igual no
mundo. Não havia nada ali que fosse supérfluo e luxuriante; era a África
destilada através de dois mil metros de altitude, perfazendo a forte e refinada
essência de um continente”.
Não preciso dizer que a África que conheci é um pouco
diferente. Mas o livro já foi me preparando pelo amor que iria surgir por
esse pedaço do mundo, tão judiado pela História e pelos colonizadores.
A fazenda ficava nas montanhas Ngong, próxima a uma reserva.
A autora relata que se ressente muito dessas montanhas não fazerem parte da
reserva Masai. É interessante também o otimismo com que a autora via o
futuro do Quenia:
Sempre lamentei o fato de as montanhas Ngong não terem sido
incluídas na grande reserva de animais selvagens (...). Quando a colônia
prosperar e Nairobi, a capital, tornar-se
uma grande cidade, as montanhas Ngong poderiam vir a constituir-se num
excepcional parque-reserva
Infelizmente, a história não seguiu os passos desejados por
Karen, e mesmo quando ainda morava lá, ela percebeu o quanto as pessoas iam as
montanhas aos domingos, para abater animais. Assim, os animais sobreviventes foram
migrando mais ao sul. No entanto, até a década de 90, ainda se viam uns poucos leões na área.
O que mais me encantou nesse livro, foram os relatos dos vínculos que a autora faz com povos distintos como Kikuys, Masais e Somalis, além do cotidiano de uma mulher que segue para um novo continente para acompanhar o marido, mas acaba seguindo sozinha sua jornada de tocar a fazenda.
O que mais me encantou nesse livro, foram os relatos dos vínculos que a autora faz com povos distintos como Kikuys, Masais e Somalis, além do cotidiano de uma mulher que segue para um novo continente para acompanhar o marido, mas acaba seguindo sozinha sua jornada de tocar a fazenda.
Não vou dar spoiler de tudo que acontece (leia o livro ou veja o filme..rs), mas Karen teve que, a contragosto, deixar a fazenda e voltar para sua cidade natal na Dinamarca, além de perder o boy de forma trágica (lencinhos, please!!). A fazenda foi vendida, juntamente com seus pertences. Alguns móveis trazidos da Dinamarca foram parar, para alívio de Karen, em uma biblioteca e salas de leitura do Memorial McMillan, construído por Lady McMillan em homenagem ao marido. Karen ficou satisfeita ao saber que estes móveis queridos permaneceriam “em meio a livros e estudiosos”.
As memórias de Karen são contadas com tanta poesia e amor por aquela terra, que agora eu já fico imaginando um roteiro inspirado pelo livro. A boa notícia é que é possível conhecer alguns lugares mencionados pela autora. As paisagens provavelmente não serão as mesmas como descritas – uma África quase intocada, cheia de animais selvagens. Mas depois de ler A Fazenda Africana, dá vontade de visitá-la!
Museu Karen Blixen, Nairobi
Após a morte de Karen, na década de 70, alguns móveis foram
doados pelo governo da Dinamarca e tentaram recriar em sua casa, os ambientes
em que ela viveu. A visita à casa pode ser feita a partir de Nairobi (a fazenda
ficava apenas a 20 km da capital).
Para saber mais, veja este post do blog Roteiros Literários
Então, a dica para quem for visitar o Masai Mara (um dos lugares mais bacanas para safari na África) é incluir alguns dias em Nairobi. Como ainda não fui, selecionei alguns posts de outros blogs, que vão além da casa-museu de Karen Blixen:
3 dias em Nairobi
Nairobi - uma cidade em ebulição
O que fazer em Nairobi
Planeje sua viagem
Imagem: Wikimedia |
Memorial McMillan, Nairobi
Uma das primeiras bibliotecas do Quênia, ainda conserva a mobília proveniente da fazenda de Karen. Além disso, o prédio dos anos 30, construído em pedra, parece valer a visita! Para mais informações, leia: Memorial Mc Millan, NairobiEntão, a dica para quem for visitar o Masai Mara (um dos lugares mais bacanas para safari na África) é incluir alguns dias em Nairobi. Como ainda não fui, selecionei alguns posts de outros blogs, que vão além da casa-museu de Karen Blixen:
3 dias em Nairobi
Nairobi - uma cidade em ebulição
O que fazer em Nairobi
E veja também nossos posts sobre a África do Sul e Suazilândia
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Oiê! Obrigada pelo link! Adorei o relato, vou incluir na minha lista de leitura.
ResponderExcluirDeixo de sugestão pra você, a bibliografia do Mandela. O livro é lindíssimo e depois que você visitou RSA vai entender melhor.
Aproveitando a data, feliz 2018 pra você, sua família e o blog! ;)
Bjos
Apenas; Excelente explanação.
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